segunda-feira, julho 10, 2006

A ANO EM QUE O POVO TUPINIQUIM NÃO MERECEU A CANECA

Foi em 2006, na 18a Copa do Mundo de Futebol. Exatamente neste ano o povo tupiniquim não mereceu carregar, mais uma vez, a Jules Rimet, não mereceu entrar, isoladamente, para história mundial. Seríamos o único país a ter uma estrela de seis pontas. Simplesmente ÚNICO. Mas não quisemos isso, não fizemos nada para isso, não merecemos isso. Não fizemos a mais simples das lições de casa, não torcemos para o Brasil, não vibramos pelo Brasil, não choramos pelo Brasil, não acreditamos no Brasil. Nunca, em nenhum instante, em nenhum momento. O povo tupiniquim se orgulha de suas diversas raças, é patriota não residente e se envergonha da terra que os adotou. Não temos que nos orgulhar dos milhões de escândalos políticos, da violência e da pobreza do nosso povo, mas temos que encher o peito do nosso futebol e do nosso carnaval, até porque, isso é tudo o que somos, o “país do futebol e do carnaval”. Mas voltemos a falar, especificamente, da Copa do Mundo de Futebol de 2006, da copa em que o Brasil foi desclassificado, antecipadamente, pelos próprios brasileiros. Passamos das Oitavas, contra tudo e contra todos. Mas no início do final de semana do nosso jogo das Quartas nada começou muito bem, pelo menos para mim e para algumas pessoas mais. Uma amada pessoa desapareceu-se. Confesso, naquele final de semana, a seleção perdeu um torcedor otimista. Mas o espetáculo não pararia por isso, não daria a mínima ciência disso. E novamente a seleção do mundo enfrentaria tudo e todos. Entraria em campo na presença de “uma torcida vestida de turistas”. E isso aconteceu. Foi algo inacreditável, foi, com certeza, a pior partida de futebol que um time poderia apresentar. Foi tudo simplesmente mágico. Retiraram nosso futebol por 90 curtíssimos minutos. Coisa impressionante, coisa Divina. É, é isso, coisa Divina. Fomos castigados pelos Deuses do Futebol pelo comportamento dos tupiniquins. Não é nada normal, ver os melhores do mundo não saberem chutar uma bola. Onde se viu, perdemos de um timéco com um “touro enceradeira” e um “corredor matador com pernas de pau”. Placar ?, um misero um gol. Vaias ?, bilhões. No final, o que se viu ?, imprensa em festa, gurus em êxtase, e claro, bilhões de técnicos. Triste povo da colônia. Astros de volta, mais vaias. E por muito menos, vimos os nosso vizinhos hermanos louvando a seleção hermana, vimos "os da terra do bigode" acreditar em um brasileiro, e vimos, até, "o povo que fala alto" acreditar que a sua misera seleção poderia ser tetracampeã. Pois é, e a Fé foi tão grande, que eles realmente foram. Levaram a caneca para o seu meritório povo. No final, foi isso, perdemos a copa no futebol e eles ganham a copa no grito. Pensando bem, melhor assim, seria deprimente ter visto no domingo um pobre povo pelas ruas vestido de brasileiro.

10 de Julho de 2006