segunda-feira, julho 03, 2006

A ARTE DO REI

Impossível deixar de falar da nova Majestade. Ronaldo é rei. Rei do novo século. Poderoso Rei do Mundo. Um mundo redondo, que vira e desvira, bate e rebate. Um mundo que não para. Mas um mundo diferente. Um mundo sem brigas, sem armas, sem guerras. Mundo de credos e crenças, amor e paixões. Mundo de muitos homens e batalhas. Homens guerreiros e batalhas travadas à moda antiga, corpo-a-corpo. Um mundo de pura arte, a mais sublime das artes. Arte instantânea, com uma bola, movimentos e corpos. Uma arte dinâmica, em constante mudança. Grandiosa, densa, estratégica. Mas uma arte disputada, corrida e suada. Uma arte com vencedores e perdedores, que é vencida no placar, em 90 minutos. Uma arte de multidões, grande público, expectadores cativos, torcedores roxos. Arte em um mundo com soldados, príncipes, imperadores e reis. Neste Mundo, Reis são donos, mandam e desmandam, absolvem e matam. Dão o tom da gritaria. Hoje, o Rei é um brasileiro, o Rei é Ronaldo. Hoje o Rei fez o mundo tremer, torcer, chorar e gritar. Ditou as regras, os movimentos e os gritos. Gritos sincronizados. Gritos de Gol. Hoje Ronaldo foi rápido, intangível e incapturável. Rei guerreiro. Um rei vencedor, campeão. Hoje Ronaldo encheu o mundo de barulho, encheu a bunda dos gurus com todas as palavras. Palavras mudas e barulhentas. Não falou, hoje o Rei fez. Fez dois *. Duas belas artes que só um Rei pode fazer. Hoje o mundo parou e viu a arte do Rei. Parou e viu Ronaldo. Ronaldo o Rei Brasileiro.

** Ronaldo fez dois dos quatro gols brasileiros na vitória de 4 x 1 sobre a Seleção Japonesa

22 de Junho de 2006