QUANDO O IGUAL É DIFERENTE
A pergunta é: “Como escrever algo sobre o amor?”. Pois é, difícil tarefa essa. Um tema já exaustivamente abordado na sua totalidade, torcido e exprimido, alongado e esticado, simplesmente, já foi minuciosamente descrito de cima-a-baixo, de cabo-a-rabo. Do amor platônico ao amor bandido, tudo já foi dito e desdito, centenas de trilhões de vezes. Mas a cada nova história de amor, uma nova história de amor se tem. Densas, fortes, delirantes, irônicas e, acima de tudo, cômicas. Estas são as histórias de amor. Os enredos?, os mais alucinantes possíveis. Assassinatos, suicídios, traições, dinheiro, jogos, orgias, amores e delírios. Finais tristes, finais felizes e, em alguns casos, só um simples desfecho. Mas em qualquer pequena historinha, ele está lá, nem que seja em uma simples e rápida pincelada, mas ele está lá. Pensando bem, acho que o tema é uma premissa básica, um tópico essencial em todo o desenrolar de uma história. Melhor dizendo, o tema é sempre o principal, os outros são apenas acompanhamentos, meros coadjuvantes. Até porque, tratar de amor em uma história é essencial. Sempre se tem alguém que ama alguém, alguém que não é correspondido por alguém, alguém que ama alguém que ama um outro alguém e alguém que ama alguém e é odiado por esse alguém. No final, tudo se desenrola em alguém amar alguém ou alguém odiar alguém, o que, no fundo, quer dizer a mesma coisa. Mas se tudo trata-se da mesma coisa, como escrever uma mesma coisa diferente?, como fazer com que uma mesma coisa seja diferente?. ... Talvez esteja aí a grande jogada do amor, fazer com que ele seja a cada momento algo diferente, para cada dois uma coisa diferente, para cada história uma história diferente. Talvez amar e ser amado - ou odiado - seja isso, simplesmente saber fazer um igual diferente. Fazer-se o mesmo, sempre diferente e, acima de tudo, único.
Ao meu amor.
27 de Julho de 2006
1 Comments:
Fantástico. Um texto esclarecedor. Praticamente uma doutrina...rsrrs
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