quinta-feira, julho 13, 2006

O SENTIDO DA IGNORÂNCIA

Ultimamente tenho usado frequentemente as palavras “Ignorância” e “Ignorante”. Melhor falando, diariamente, quase hora-a-hora. Hoje, para mim, tudo é ignorante ou ignorância, aplica-se a tudo e a todos, sem exceções. A fluência é total, espontânea, algo impensável, assim como o “mim” é para os ignorantes. Simpatizei com o fonema desta inigualável palavra. É algo completamente diferente de todas as outras, o tom tônico na sílaba intermediária faz toda a diferença. “Ignorââânnncia”, “Ignoraaannnte”. Quando aplicada diretamente a um ser, o elogio se estende e permanece por horas, simplesmente maravilhoso. Mas confesso, o uso indiscriminado destas não se dá em público, ainda é algo recatado, recluso, exclusivo apenas para os meus próprios ouvidos. Porém, um dia elogiei um ser de ignorante, frente-a-frente, cara-a-cara, a queima-roupa. Meu Deus, a abominável criatura quase me grudou pelos colarinhos, o ignorante quase partiu para a ignorância. Bacana né, a palavra se flexiona entre substantivo e adjetivo e vice-versa, mais um ponto pra elas. Mas, uma coisa nisso tudo é estranho, incompreensível. Porque os seres se incomodam tanto com este elogio ?. Para mim, ignorante = leigo, simplesmente ausência de conhecimento. Posso dizer com certeza, nisso tudo, há somente um ser que não pode ser adjetivado com este elogio, mas ele não mais divide este espaço aqui em baixo, “o espaço dos ignorantes”. No resto, todos são ignorantes. Da simples pedra – que é ignorante porque é uma pedra – até o mais culto dos seres – que é ignorante porque acha que é culto. Com tudo isso, me veio uma outra coisa, “se achar um intelectual é pura ignorância ...”, mas, vamos deixar isto para uma próxima, este tópico merece uma atenção especial, isolada, única. ..............., bom, no final, “Ou eu estou errado, ou todos são realmente ignorantes ”.

13 de Junho de 2006