segunda-feira, março 12, 2007

UM POVINHO SEM MEMÓRIA

Já ouvi muitos comentarem a respeito e hoje decidi escrever a respeito. O Brasil é um país sem memória, sem ícones, sem ídolos, sem heróis, sem mártires. Não pela inexistência de homens extraordinários no solo verde-amarelo, mas pelo complexo de inferioridade do povo tupiniquim, pela falta de patriotismo de um povo que não veste a camisa, que se esconde atrás do muro quando a guerra começa, que recua quando é atacado. Todos os povos se orgulham dos feitos heróicos de sua pátria, dos heróis da sua pátria. Seja ele o mais inexpressivo dos feitos, seja ele o mais simples ou sanguinário dos homens, mas sempre há comemoração, sempre há orgulho, sempre há memória. Mas aqui não, não basta trazer o caneco, não basta ser o primeiro, não basta ser o melhor do mundo. Aqui, o lema é “A grama é sempre mais verde do outro lado da cerca”. Para o povo tupiniquim, a Copa da UEFA é o maior campeonato do planeta, o Zidane é o melhor jogador do mundo e o Messi é a maior promessa do futebol. E quanto aos escândalos no futebol italiano em 2006? a compra de jogos e resultados?. Que isso, isso não aconteceu, na Europa não tem dessas coisas, no Brasil é que deve ter acontecido, lá não. É aqui que mora a incapacidade, a ladroeira, o pior futebol do mundo, as drogas, a violência. Como já dizia o mestre Nelson Rodrigues: “- Somos um povo com complexo de vira-lata”. Somos um povo fraco, que não ostenta um brasão, não ostenta uma bandeira, somos todos um bando de frouxos. Temos muito do que nos orgulhar, mas preferimos mostrar o lado podre do nosso país. Onde se viu, perdemos tempo em mostrar o tráfico, as favelas e a pobreza no tapete vermelho do Oscar, enquanto a França exibe ao mundo as suas belezas naturais em uma prova de ciclismo; vemos os vizinhos hermanos carregando o Dieguito nos ombros enquanto nós brazucas chutamos o “gordo” para baixo do tapete; inventamos o avião, mas preferimos questionar tal afirmação . Essa é pátria em que vivemos, esse é a civilização que somos. Uma pátria onde predominam-se as florestas e os animais e uma civilização que não fará parte da história do mundo com suas conquistas.